A
DIFÍCIL MISSÃO DE ACEITAR O OUTRO.
O
julgamento pode estar amparado em inferências, que são instrumentos
cognitivos diferentes do conceito. Inferir implica concluir sobre
algo a respeito do qual não temos todas as informações. Concluir é
diferente de classificar. O perigo da inferência é autorizar o
“chute”, isto é, concluir sobre coisas com um mínimo de
informação. Inferir não é chutar, mas sim concluir algo por um
jogo de raciocínios, argumentos que exigem trabalho e discernimento.
No
julgamento inferencial valoriza-se o próprio objeto ou ato julgado,
isto é, sua intenção. No julgamento conceitual valoriza-se o lugar
em que colocamos o objeto ou ato julgado.
O
julgamento de base inferencial pode ser, por isso, superior ao
julgamento conceitual. Quando um julgamento é dirigido por
inferências, ele leva em conta as possibilidades ou multiplicidades
de uma coisa poder acontecer ou não.Ao mesmo tempo, ele nos convida
a integrar, isto é, nos chama para a necessidade de levar em conta
os aspectos que estão sendo julgados.
Aprender
a julgar dirigido pelas inferências é, então, poder valorizar as
diferentes informações e concluir antecipando o que elas nos
sugerem, mas sempre pela argumentação, da pesquisa, da troca de
pontos de vistas, da discussão, da troca de pontos de vista, da
disponibilidade de, ao longo desse processo, mudar de posição ou
rever aquilo que um julgamento imediato e apressado talvez tivesse
sugerido.
Em
situações difíceis, marcadas por sentimento de perda, por
conflitos, somos tentados a julgar pela via dos conceitos que temos
sobre as coisas. É uma pena porque nessas horas é que mais
deveríamos julgar pelas vias da inferência, isto é, pela via da
análise, do raciocínio, da troca de pontos de vista, etc. Mas isso
implicaria vivermos a dor associada à dificuldade, coisa que nem
sempre suportamos.
A
Bíblia cita cuidados em “não julgar, para não ser julgado”,
porque normalmente o que se quer é atirar pedras e falar fatos que
nem sempre são necessários e corretos.
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